O tenente da Polícia Militar de São Paulo, Henrique Otavio Oliveira Velozo, foi oficialmente demitido da corporação. A decisão foi tomada por unanimidade nesta quarta-feira (18) pelo Tribunal de Justiça Militar do Estado, que analisou a conduta administrativa do oficial no episódio que resultou na morte do multicampeão mundial de Jiu-Jitsu, em agosto de 2022. Embora ainda caiba recurso, a demissão já foi formalizada e representa o afastamento definitivo de Velozo da PM.
Segundo relatos de fontes que acompanharam a sessão, os votos foram todos favoráveis à demissão, em uma decisão considerada como sendo até mais dura do que uma justa causa aplicada a um civil. O Tribunal de Justiça Militar não julga o crime de homicídio doloso, mas sim as faltas disciplinares praticadas pelo ex-tenente. A Justiça Militar é extremamente rigorosa com as condutas que os membros da corporação devem adotar, principalmente com relação aos oficiais, conforme citado por uma das pessoas que presenciou a decisão.
No processo criminal, Velozo continua preso preventivamente no presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital paulista, sendo acusado de assassinar Leandro Lo com um tiro na cabeça durante um show no Clube Sírio. O julgamento do caso foi suspenso temporariamente, após a exclusão de depoimentos de peritos particulares contratados pela defesa do oficial. A expectativa é que o julgamento seja remarcado para agosto, aguardando a confirmação do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Além do processo criminal, Velozo também respondia a uma investigação administrativa conduzida pela Corregedoria da Polícia Militar. A corporação recomendou sua expulsão, alegando que o tenente utilizou uma arma da PM fora do serviço e à paisana, resultando em uma grave violação do código disciplinar. A decisão unânime pela demissão reforça o peso do caso, que teve forte repercussão dentro e fora das artes marciais.